quinta-feira, 8 de abril de 2010

Desemprego e o PEC


Mais uma vez é o Zé Povinho o culpado da crise e não os "atrasados mentais" (peço perdão aos doentes e familiares) dos gestores que ganham TRÊS MILHÕES ou aqueles que são corruptos e ganham CINCO MILHÕES em indemnizações por serem despedidos por serem corruptos.
Os desempregados não querem trabalhar pois recebem subsídio de desemprego e se podem receber sem trabalhar porquê trabalhar? Segundo os homens dos MILHÕES estes desempregados são uma "cambada" de "calões" que não querem trabalhar, não podemos esquecer que há mais de dez mil ofertas de trabalho recusadas nos Centros de Emprego, e recusam trabalhar para estar em casa a receber o subsídio. Como não ganho milhões, tenho outra visão dos factos:
Mais uma vez o português quando chega a chefe só quer fazer o mínimo (porque é chefe), ganhar muito (porque é chefe) e ter o pé no pescoço e na dignidade do empregado (porque é chefe).
O subsídio de desemprego pelo que consta, é calculado através de uma percentagem do ordenado anterior depois de concluído cerca de pelo menos um ano de descontos. Se alquém trabalhou menos de um ano (números redondos) não tem direito a subsídio. Tem a sua lógica, não é perfeito mas tem a sua lógica.
O que não tem lógica é: o nossso Zé com 45 anos receber de subsídio cerca de 700 euros e ter mais um ano de subsídio, porque descontou durante 20 anos, e ser quase obrigado a aceitar uma oferta de emprego de 6 meses a receber 470 euros. Andou 20 anos a trabalhar para conseguir subir o ordenado para 700 e depois é quase obrigado a aceitar um de 470 e ainda por cima por 6 meses quando ainda tem um ano. No final desses 6 meses volta para o desemprego SEM subsídio porque só trabalhou 6 meses. O nosso Zé no final do ano vai ter menos 5580 euros para poder cuidar da casa e dos filhos, no entanto não foi um parasita! Apenas trocou a sua dignidade assim como o seu bem-estar e o bem-estar da sua família para um "atrasado mental" poder ganhar os seus TRÊS MILHÕES e uma desafogada pensão.
Vamos abrir os olhos, o desemprego pode bater à porta de todos e quem trabalhou merece esta protecção. É pela inépcia de quem nos lidera, não só no governo mas em tudo, que o país está onde está e não por causa de um desempregado que passou a vida a descontar, e que agora recebe as migalhas daquilo que descontou, que o país está onde está.
Se um desempregado não aceita uma oferta de emprego, por norma, é porque atentaram contra a inteligência e dignidade. Não conheço ninguém que em tempos como estes esteja disposta a perder dinheiro e qualidade de vida.

Sem comentários: